Superstição, charlatanismo e crime em São Paulo, 1925: representações dos discursos médicos-sanitaristas

Sandra Regina Colucci

Resumo


As representações do social vislumbradas nos discursos médicos não podem ser consideradas uma construção discursiva neutra, pois produziram estratégias e práticas que tenderam a impor uma única autoridade à custa de outras, por ela menosprezadas, buscando a legitimação de um projeto sociopolítico para todos os indivíduos. Pressupôs-se que as representações estão colocadas num campo de concorrências e de competições, cujos desafios se enunciaram em termos de poder e de dominação. (CHARTIER, 1991) Entendendo que quando se exila da existência o ato que a estabeleceu, nada resta da realidade senão sua margem, percebeu-se que aquilo que mais se vê define o que mais falta (CERTEAU, 1995), e, neste sentido, pretendeu-se, sem destruir as representações que emergiram do discurso médico-sanitarista, expor o que foi mais realçado: a ignorância da população e a imoralidade dos charlatães. Questionando a hegemonia imposta pelo discurso médico buscou-se desvelar outras experiências, entendendo-se que “as representações à revelia dos atores sociais, traduzem suas posições e interesses objetivamente confrontados e que, paralelamente, descrevem a sociedade tal como pensam que ela é, ou como gostariam que ela fosse”. (CERTEAU,1995) Das práticas cotidianas nasceram as táticas dos agentes sociais que o elaboraram atendendo a seus interesses, que são passíveis de se apreender em suas tensões e confrontações inerentes à experiências do discurso, e seria artificial polarizar a medicina e o charlatanismo, pois se sobrepõem e se misturam. No cruzamento das fontes, pretendeu-se recuperar a perspectiva do “charlatão” ocultada no discurso médico ordenado e fundamentada dentro de uma outra lógica.

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