“Era liberto e hoje privativamente é captivo”: Ação de liberdade na cidade de Teresina em 1860

Talyta Marjorie Lira Sousa Nepomuceno

Resumo


Da entrada em território piauiense à edificação da cidade de Teresina, a escravidão foi à base da mão-de-obra, mantendo-se ao longo dos séculos, associada às áreas econômica, cultural e social. Dessa forma, a partir do referencial bibliográfico e da documentação sobre escravidão, procuramos fazer uma leitura historiográfica sobre os padrões de alforria e uma ação de liberdade na cidade de Teresina na segunda metade do século XIX. As demandas judiciais acerca dos processos de liberdade demonstram a relação conflitante entre os senhores e escravizados, e a interferência do Estado no processo de negociação. Tomamos como fonte os registros das cartas de alforria nos Livros de Notas e Ofícios do Cartório de 1º Ofício de Notas da cidade de Teresina; os relatórios de Presidente de Província; e uma ação de liberdade registrada na Secretária de Segurança Pública da Província do Piauí em 1860. Pretendemos que sejam existências reais: “por detrás destes nomes que já não dizem nada, que por detrás destas palavras breves (...), tenham havido homens que viveram e morreram com os seus sofrimentos, as suas malfeitorias, os seus ciúmes, as suas vociferações”. (FOUCALT, 1992, p. 3)

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