Direito à liberdade e à propriedade no interior de Minas Gerais: Leopoldina, anos finais da escravidão

Caio da Silva Batista

Resumo


Este artigo tem por objetivo analisar ações de liberdade tramitadas na cidade de Leopoldina, localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, durante o ano de 1887. A partir da análise desta documentação, será possível debater alguns aspectos presentes na sociedade escravista do século XIX, como, por exemplo, o tráfico ilegal de africanos para o Brasil após a lei de 7 de novembro de 1831, que proibiu o comércio Atlântico de escravos, a precarização da liberdade, as estratégias utilizadas pelos senhores de escravos para atrapalhar o andamento das ações de liberdade e a parcialidade judicial no Brasil oitocentista. A fonte utilizada também irá permitir apresentar como advogados defensores das causas abolicionistas defenderam escravos e escravas nos tribunais do Brasil oitocentista e conseguiram provar, por meio das leis e de suas habilidades, a ilegalidade do cativeiro dos suplicantes. Outro propósito deste artigo é reconstruir parte da trajetória de vida dos escravizados e escravizadas envolvidos nas ações de liberdade. Dentro desta perspectiva, este trabalho busca contribuir para os estudos sobre a escravidão no Brasil oitocentista, em especial nas questões envolvendo o acesso à liberdade pela via judicial e redução à escravidão de indivíduos livres ou que tinham o direito à liberdade.

 

  


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