“O negro não teve tanta força no Ceará”: litoral intelectual cearense e as margens negras como possibilidades
Resumo
O trabalho discute o processo de construção de uma intelectualidade cearense protagonizada pelo litoral e como essa construção foi responsável pela negação dos traços étnicos do Ceará. Utilizo as reflexões sobre território, espaço, intelectualidade ocidentalizada para pensar qual território intelectual foi possível construir a partir de criação de agremiações literárias e da Universidade, quem esses espaços serviram e o que buscavam alcançar. Com reflexão de caráter inicial, foi possível perceber a quem serviu e serve a produção de conhecimento cearense, ancorada na compreensão de sociedade oitocentista, negadora das contribuições histórico, sociais e culturais de negros e indígenas. Sinalizo também para a criação de margens negras como possibilidades de desconstrução desses discursos, em que medida as resistências negras enunciadas nas margens podem alterar a compreensão social de um Ceará majoritariamente branco.
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