Para além das grades: que precisa saber um professor de História na socioeducação?
Resumo
Analisamos saberes docentes no ensino escolarizado de história junto a adolescentes e jovens em internação socioeducativa. Selecionamos os relatos de dois professores de história efetivos e lotados em escolas públicas no interior de Centros de Atendimento Socioeducativos (CASEs), instalações voltadas à execução da medida de internação no Estado de Pernambuco. Os depoimentos dialogaram com marcos normativos que orientaram a educação escolar nessa medida. Em diálogo com Tardif (et al, 1991), Monteiro (2010) e Onofre (2019), mobilizamos as compreensões de “saber a ensinar”, “saberes para ensinar” e “saberes do aprender”, desenvolvidas pela historiadora Flávia Eloisa Caimi (2015). Consideramos que essa abordagem permitiu reconhecer algumas especificidades das ações docentes na história escolar socioeducativa. No interior dos “pavilhões” (e apesar deles) – em salas de aula improvisadas, atravessadas por práticas e sentidos prisionais –, a história escolar se constitui na interação e intercâmbio entre docentes e discentes. Os conhecimentos históricos percorreram os caminhos “da cela para chegar na sala de aula” (MIRANDA, 2021), reelaborando saberes, formas de ensinar e aprender.
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